29/04/2016
A tarefa de educar um novo ser humano deve ser encarada e com muita responsabilidade, harmonia e equilíbrio, para que os frutos colhidos quando aquela criança se tornar um adulto sejam os mais doces. Entretanto, esse dever dos pais pode gerar atritos familiares, causando confusão e também casos de divórcio, já que este é um dos principais motivos de separação entre casais.
A psicóloga e terapeuta cognitiva comportamental Priscila Stocco Costa explica que a falta de diálogo entre os pais sobre a educação dos filhos favorece a discórdia em relação a estabelecimento de regras e limites. “Quando os pais não falam a mesma língua, a educação fica inconsistente, ou seja, regras não claras e objetivas de forma equivalente no ambiente familiar, a criança tende a sentir-se insegura e desenvolver diferentes visões de autoridade sobre os pais, gerando uma série de problemas de comportamento”, diz.
Para que uma boa educação seja passada para as crianças é preciso que os pais primeiramente consigam reconhecer que são diferentes um do outro. Quando o relacionamento entre os pais não é sólido, ou um possui uma visão negativa sobre o que o outro pensa, fica fácil tecer opiniões e comentários negativos que podem denegrir a imagem do outro com relação à criança. “Se há uma tendência a discussões de casal, isso dispensa a participação das crianças. O casal precisa estar maduro suficiente para lidar com as próprias diferenças e pensar em conjunto naquilo que será melhor para o filho, colocando pontos positivos e negativos no papel”, orienta.
A psicóloga ainda orienta na influência dos gostos dos pais, que querem muitas vezes dividir seus hobbies com os filhos, deixando-os livres para escolher o que eles mais gostam e o que eles querem seguir, que já é feito pelos pais. Deixar elas livres para escolher também permite que elas comecem a construir sua personalidade e opiniões próprias.
Hoje, por causa das diversas atividades que um adulto desempenha durante o dia, os pais ficam mais propensos a crises de estresse e outros problemas psicológicos, o que pode afetar na educação. “Alguns pais tem dificuldade de controlar o humor na hora de educar os filhos, principalmente ao retornar do trabalho, não conseguindo separar as duas coisas. Isso prejudica o entendimento da criança acerca da mensagem transmitida pelos pais. Os pais precisam se perceber diante da situação e buscar autocontrole”, aconselha Priscila.
Além do desafio de educar as crianças, os pais também têm a tarefa de filtrar as opiniões que recebem dos familiares mais próximos, especialmente avós maternos e paternos. O que deve ser levado em conta nesses casos é a experiência que uma pessoa mais velha tem na educação de crianças, as opiniões deles devem ser levadas em consideração e não é errado pedir conselhos de como agir em determinada circunstância, orienta a psicóloga. Os avós são importantes no desenvolvimento da criança justamente para que ela aprenda a conviver e respeitar os mais velhos.
Educando na adolescência
A educação é dada na infância e na fase da adolescência são apenas mantidos os valores passados para eles. Entretanto, alguns pais enfrentam alguns problemas quando os filhos são adolescentes. A psicóloga Priscila reforça que o diálogo, a presença e a orientação diária são fatores que não deixarão essa fase difícil. “Quando temos um adolescente rebelde, como chamam, a primeira dica é entender o conceito de rebeldia e averiguar se trata-se mesmo de rebeldia. Muitas vezes é necessário tirar este rótulo e olhar para o ser humano em transição ou tentar perceber o que causa para tentar ajudar com orientação. Se a situação está muito difícil de mudar, é necessário procurar um psicólogo”, finaliza.