18/04/2016

Nesta segunda-feira (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil e é uma oportunidade para reaproximar pais e filhos para a manutenção ou início do hábito da leitura em casa. O dia não foi escolhido por acaso e trata-se de uma homenagem ao escritor brasileiro Monteiro Lobato, que dedicou a grande maioria das suas obras - como o emblemático Sítio do Pica-Pau Amarelo - às crianças. A data foi estabelecida no ano de 2002 e tem como base a Lei 10.402/02, que faz da data de nascimento do autor dia oficial da literatura infanto-juvenil.

A Escola Municipal Reino da Loucinha, no centro de Campo Largo, faz da leitura um hábito. “Aqui na escola implantamos a Hora da Leitura. São 30 minutos que todos nós paramos para ler um livro, desde os alunos menores até as professoras, direção e serviços gerais. É proibido transitar nos corredores e fazer qualquer tipo de barulho”, diz a professora e bibliotecária Luciane Lunardon Quillo.

A escola proporciona também um dia na semana a troca de livros dentro da biblioteca. De forma voluntária, antes de acontecer a troca, um ou dois alunos contam para o resto da turma a história que leu naquele livro. “Atividade como essa faz com que a criança se torne mais comunicativa, a oralidade e a postura em frente ao público melhora, ainda que a apresentação seja para colegas que convivem com ela diariamente. Isso traz reflexos lá no futuro, quando ela precisar participar de uma entrevista de emprego ou em estudos acadêmicos. É uma construção feita a longo prazo”, explica a bibliotecária e professora Luciane.

Depois da devolução eles ficam livres para escolher um dos livros que estão dispostos na mesa da biblioteca, pré-selecionados pela bibliotecária de acordo com a idade da turma. São mais de 22 mil livros infantis que compõem o acervo da escola, todos os títulos registrados em um programa no sistema digital.

No dia em que a reportagem da Folha esteve na escola, os alunos do 1º ano “F” da professora Carla estavam na biblioteca para realizar a troca dos livros. Quando questionados se gostavam de ler, a resposta foi um unânime e sonoro “sim”. Entre os títulos mais lidos estavam as histórias clássicas como Patinho Feio, fábulas e contos. Entre os personagens preferidos citados estava a Mônica, criada por Maurício de Sousa em 1963. As crianças também contaram que em casa ouvem histórias em casa, especialmente à noite, e muitas delas ajudam os pais a criarem histórias.

O incentivo à leitura dentro de casa é crucial para a formação de um hábito saudável da criança. A professora Carla, responsável pela turma, explica que essa leitura deve ser prazerosa. “Muitas crianças já chegam à escola reconhecendo as letras e até mesmo algumas palavras. Na escola não são mais usados métodos como tomar a leitura, isso é feito de forma sútil apenas para avaliar o nível de leitura das crianças. É importante os pais separarem a parte técnica, que fica ao encargo da escola, da leitura por prazer”, recomenda.

Quando os pais tiram um tempo para contar histórias para as crianças, independente do horário, eles estão mostrando a elas os valores a serem seguidos, já que a grande maioria das histórias possui uma lição de moral. Outro ponto importante é o aprimoramento da leitura e escrita. As crianças que possuem maior contato com livros possuem um maior rendimento em matérias além da Língua Portuguesa, já que para a compreensão da Matemática, Ciências, Geografia e História são necessários elementos como a interpretação de texto e escrita na norma culta. “Hoje cada vez mais cedo a criança entra em contato com as redes sociais que apresentam muita abreviatura ou até mesmo palavras escritas incorretamente. Com o livro ela aprende a forma correta de escrever”, explica a professora Luciane.

A Arte também é aprimorada com o hábito da leitura constante. Ao ler, a mente fica mais diversificada, ativa e criativa, beneficiando o futuro da criança, já que ela encontrará soluções mais práticas para problemas no futuro.

Como escolherum bom livro?
Um dos primeiros passos que os pais devem dar em direção ao hábito de leitura são as visitas às bibliotecas e livrarias. É preciso levar as crianças para escolher os títulos que elas querem ler. Em um primeiro momento não é preciso se preocupar com a faixa etária, já que a criança mesma vai perceber que aquele livro não é adequado a ela e irá trocar. Ao barrar uma criança na escolha de um livro ela pode se sentir desmotivada.

Outra alternativa é criar um banco de trocas com familiares e amigos que tenham filhos da mesma idade. Assim, os pais podem criar um hábito de leitura em conjunto, unindo crianças que se relacionam de forma próxima (primos, amigos e vizinhos).

Por fim, experimente vários tipos de livros e gêneros textuais. Ao ler poesias, contos, fábulas, peças teatrais, a crianças conseguirá distinguir com maior facilidade os gêneros e terá um grande repertório de histórias.