09/12/2014
Um mercado milionário e a paixão pelos cavalos
09/12/2014
Por: Danielli Artigas de Oliveira
“O cavalo inspira muito a ser fotografado. Quando solta o cavalo, ele se transforma”, afirma o campo-larguense José Guilherme, que há dez anos é fotógrafo profissional especialista em cavalos. Uma especialidade pouco comum e que já deu a oportunidade ao profissional de conhecer diversos lugares, viajando pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, observando a beleza dos cavalos e registrando os melhores momentos.
O hobby virou profissão e José Guilherme é realizado com o que faz. Ele é requisitado por muitos fazendeiros que valorizam seus animais e trabalham com leilões, um mercado milionário, que exige profissionais experientes. Somente no ano passado, no Brasil, o faturamento com a venda de cavalos da raça Crioula foi de R$ 183.170.707,40. “São animais que custam de 15 mil a 700 mil reais. Tem um garanhão importante que já foi avaliado em R$ 11 milhões para ter o direito de uso de cobertura pra procriar”, diz.
Muitos de seus trabalhos são realizados no Rio Grande do Sul. Ele explica que os criadores o chamam para fotografar os animais que participarão de leilões, para que seja produzido um catálogo, que é enviado aos possíveis compradores antes do evento. São usadas diversas técnicas para conseguir estas fotografias, como usar gravação de relincho para estimular, uso de espelho grande que causa uma reação diferente no animal e em alguns casos até leva égua para os garanhões. Ele comenta que as melhores fotos são sempre no início, quando o cavalo está mais curioso com o espaço em que foi solto.
Além de ser especialista em cavalos, é especialista em Crioulos, que ele caracteriza como dócil, funcional, com facilidade de movimento, forte, elegante, nobre e expressivo, qualidades que ajudam na fotografia. “Como são animais muito bonitos, favorecem o trabalho”, conta.
Balsa Nova
Além dos trabalhos, ele tem 12 animais junto com Giuliano Spréa, em São Luiz do Purunã. José Guilherme conta que em Balsa Nova hoje está um dos maiores criadores de cavalos Crioulos do Brasil, a família Lemanski, da Cabanha São Rafael, com cerca de 400 animais.
Para ele, a época do Rodeio São Luiz do Purunã estimulou o gosto por estes animais na região. Ele diz que os campo-larguenses e balsa-novenses são mais direcionados ao laço e uso próprio para cavalgada, mas são grandes apreciadores de cavalo. Atualmente, eventos na Cabanha Mirante têm mantido essa tradição em Campo Largo, com torneios de laço toda quarta-feira. Em São Luiz, pousadas alugam cavalos para cavalgadas em grupos.
Segundo ele, pessoas daqui também frequentam a Cabanha Rio Bonito, que faz evento de laço, o maior Criolaço do Brasil. Ainda cita na região a Estância Vendramin, uma das grandes criadoras de cavalo Crioulo.
Acompanhe o trabalho de José Guilherme no facebook.com/jgmartini.