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Gravidez

15/08/2014

De repente grávida: quando a gestação é descoberta depois de meses

Gravidez

15/08/2014

Por: Danielli Artigas de Oliveira

Nem sempre uma gravidez é planejada e a descoberta pode acabar sendo um grande susto, principalmente quando é aos quatro ou até aos oito meses de gestação. Não foram poucos os casos em que isso aconteceu, em que a mãe descobre que está grávida quando já se pode ver o sexo do bebê ou até mesmo quando está em trabalho de parto.

Uma campo-larguense, por exemplo, achava apenas que estava engordando, pois diz que continuava menstruando e não chegou a cogitar a possibilidade de gravidez. Quando começou a desconfiar, já estava de quatro meses e já soube que seria mãe de uma menina. Um outro caso, a menina, de 21 anos de idade, descobriu a gravidez quando estava em trabalho de parto, aos oito meses de gestação – e nesse período nem suspeitou da gravidez.

A Folha buscou mais informações a respeito. Segundo a ginecologista Caroline Pereira de Andrade, isso realmente pode acontecer. O fato das mulheres que engravidam apresentarem algum sangramento faz com que elas confundam isso com a menstruação, mas a Dr. Carolina explica que o fluxo é bem menor e assim que perceber uma alteração é preciso procurar um médico.

Sangramento x menstruação

Ela explica que no início da gestação pode ocorrer sangramento por vários motivos. Pode ser devido à nidação, ou seja, quando o óvulo é fixado na parede do útero, e nisso pode romper algum vaso e descamar. O sangramento pode ocorrer no colo do útero devido à alteração hormonal, ou também pode ocorrer após a relação sexual. Em um caso mais sério, o sangue pode ser por ameaça de aborto. O sangramento pode ocorrer, ainda, devido à gravidez tubária.

A gravidez pode não ser percebida também porque algumas mulheres não têm o ciclo menstrual regular, ou têm ovário policístico, por exemplo. “É preciso observar o corpo, porque o sangramento é diferente, não é igual ao de menstruação e apresenta fluxo menor”, detalha.

Pílula
Ela orienta para que as meninas não fiquem parando de tomar anticoncepcional toda vez que terminam um namoro. “O primeiro ano de uso da pílula é quando há o maior risco de trombose e depois disso a chance diminui. Ficar parando e voltando a tomar pílula não é saudável e, além disso, aumenta o risco de engravidar”, informa. “E muitas meninas param de tomar a pílula e acabam tendo recaídas após o término, mas acreditam que apenas uma vez não terá problema. E nessas horas acabam engravidando. Adolescente é mais fértil”, completa.

Por experiência de consultório, ela comenta que muitas adolescentes não lembram de tomar a pílula corretamente. “Tomam errado e acham que não tem problema. Por isso até mesmo o DIU tem sido aconselhado para adolescentes”, diz. A injeção também pode ser uma opção,  “em alguns casos as próprias mães levam as filhas na farmácia para poder ter mais controle”, completa.

Dr. Carolina alerta que antibióticos e fórmulas para emagrecer podem cortar a eficácia da pílula, por isso é preciso cuidado.

Mudanças no corpo
Alguns sintomas de gravidez são seios maiores e doloridos, cólicas como a de pré-menstrual, sonolência e aumento de apetite. Mas algumas mulheres podem não ter estes sintomas e precisam acompanhar as mudanças no corpo.

A Dr. Carolina explica que no primeiro trimestre o mamilo fica mais escurecido, o corpo vai se adaptando porque é uma proteção para o bebê amamentar. A mulher começa a apresentar manchas na pele, pode sofrer alteração cardíaca e até falta de ar.

Gravidez planejada
A Dr. Carolina aconselha ácido fólico por no mínimo dois meses antes de engravidar, pois isso evita a má formação do sistema nervoso do bebê. “Por isso, o ideal é planejar a gravidez”, afirma.

Ainda, segundo ela, é muito importante a rotina pré-concepcional para avaliar todas as doenças que a mãe pode ter e assim, ver o que pode evitar para o bebê. Para isso é feita uma rotina de exames. “Antes de engravidar é preciso ir ao médico e conversar para evitar má formação e doenças”, diz.

“O ideal é engravidar depois dos 22 anos, quando o corpo está formado e adaptado para receber o embrião”, explica, comentando que gravidez na adolescência pode causar muita estria, envolve questões emocionais em que a menina pode não estar preparada, e além disso, é preciso ter estrutura familiar, principalmente do casal.