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Educação para Jovens e Adultos ? EJA

Educação para Jovens e Adultos ? EJA

03/06/2013

Eu tinha somente vinte anos quando comecei a dar aulas para jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de estudar na “idade escolar”. Essa experiência seria, a princípio, algo simples: alfabetizar jovens e adultos! Estava empolgada com a oportunidade de estágio que me ofereceram e achava que ganhar os meus R$300,00 iria ser moleza...

Ao entrar na sala percebi que eram poucos alunos – o que me motivou ainda mais, pois sabia que poderia me debruçar em casa caso e em cada aluno para chegar ao meu objetivo - que era alfabetizá-los.

Já com uma semana de trabalho percebi que meus alunos não se resumiam a cada caso, cada aluno, mas sim a Dona Gertrudes, o Sr. Jucelino... E que cada ser humano com os quais eu estava trabalhando já havia conquistado um lugar em meu coração. Ou seja: Em uma semana já não estava mais lá todas as noites por conta de R$300,00, mas sim por causa daquelas vidas com as quais eu havia me apegado.

Minha família sabia o nome de cada um dos meus alunos de cor (porque esse era meu único assunto) e me davam sugestões sobre como “resolver” certos problemas que eles traziam para a sala de aula. Esses problemas ilustravam suas vidas e eram muito profundos para uma garota de classe média. Mas eu queria muito poder ajuda-los.

Então um dia eu pesquisava sobre os direitos dos trabalhadores (para aqueles que achavam estarem sendo enganados no emprego - por conta da falta de alfabetização), outro dia eu levava uma blusa para aquela senhorinha que SEMPRE esquecia e voltava à noite no frio e etc.

Por fim, depois de um ano de trabalho, pude verificar que: 1)Alguns estavam lendo (mas não todos como eu queria); 2) Eu era outra pessoa; 3) O trabalho fora maravilhoso para todos (inclusive para os que não foram alfabetizados naquele período); 4) Eles eram outros seres humanos diferentes dos que entraram no programa de Educação para Jovens e Adultos.

Bom, eu me formei e fui contrata em uma escola que me pagaria o dobro... Que pena! Minha vivência ficara como um tesouro guardado a sete chaves somente para mim. E no meu lugar entrara uma professora estagiária, imatura, com apenas 20 anos, de classe média...

A situação por mim vivenciada, e ilustrada acima, relata um pouco sobre o sistema de Educação de Jovens e Adultos. A situação de entrar sempre uma professora nova e despreparada é particular da instituição para qual eu trabalhei, mas o restante por mim vivenciado é real e faz com que esse trabalho seja maravilhoso!

Neste sentido, gostaria de esclarecer que a Educação de Jovens e Adultos – EJA é uma modalidade da educação básica destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso ou não concluíram os estudos no ensino fundamental e no ensino médio.

É importante destacar a concepção ampliada de educação de jovens e adultos no sentido de não se limitar apenas à escolarização, mas também reconhecer a educação como direito humano fundamental para a constituição de jovens e adultos autônomos, críticos e ativos frente à realidade em que vivem.

A idade mínima para ingresso na EJA é de 15 anos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio.

Para concluir, desejo que a EJA seja um aprendizado para alunos e professores, que constroem juntos o conhecimento a cada dia em sala de aula, e que esse trabalho se amplie cada dia mais. Neste sentido, se você conhece alguém que não completou seus estudos, acompanhe-o ao programa de EJA mais próximo. O s frutos serão valiosos!