03/06/2013
Ao nos desafiarmos a repensar quem somos, seja em qual for a circunstância, nossa memória perpassa necessariamente pela evolução de nossa espécie. Esse exercício é feito por vários autores, desde quando o objetivo é versar sobre nossa biologia (tratando da origem e causa de doenças, ou como manter nossa saúde) até para objetivos mais amenos como as diferenças entre homens e mulheres quando da discussão sobre relacionamentos amorosos. Afinal, mantemos o mesmo formato familiar dos indivíduos que viviam nos tempos da caverna. Ou melhor, estamos em período de transformação desse formato.
Ao traçar o período desses inúmeros anos, Copérnico nos traz a teoria do Heliocentrismo a qual nos garantiu que a terra não é o centro do universo, mas sim o sol. Essas informações vão de encontro com o Geocentrismo, trazendo uma primeira ferida à vaidade humana de achar que vivia no centro do universo. Darwin também causou inúmeras quebras de paradigma quando defende que o homem não é feito à imagem e semelhança de Deus, mas sim é fruto de uma evolução biológica. Para finalizar, Freud revelou que “O homem não é dono dele mesmo. Existe um mundo em seu interior chamado inconsciente”.
Apesar de tantas informações que acarretaram em novos paradigmas, a estrutura da família que tínhamos até a década de 60 era a mesma de mais ou menos um milhão de anos atrás, desde quando o homem descobriu o fogo. Ou seja, diante do princípio evolutivo, e de sua maneira de viver enquanto indivíduos que convivem em um contexto familiar, o homem de hoje manifesta costumes e uma cultura que é consequência de sua história.
Mas passamos hoje por uma alteração importante de sociedade, enquanto formação da família. Essa alteração consiste na ausência da mãe no lar. Quando do seu papel de passar segurança para sua cria ao redor da caverna, assim que algum perigo aparente os ameaçasse, a mãe garantia proteção para os filhotes. Neste sentido, o período de transição que vivemos (fruto de reivindicações de igualdade de direitos entre gêneros) para uma “nova família”,
pode produzir seres inseguros - filhos dessa geração. Já o pai, que estabelecia a distância que seus filhos deveriam se manter da caverna, era o responsável por impor limites – atitude essa o que já não percebemos hoje em nossos papéis paternais atribuindo-os à escola.
Diante do exposto, o papel da escola é trazer ferramentas aos aprendizes para viverem nesse novo contexto, uma vez que nossos ancestrais as criaram e usaram amplamente em seus desafios- que os fizeram evoluir. A lança, a flecha e etc. foram substituídas pelo bisturi, pelo giz, pelo computador, pela calculadora, exercendo iguais e novas funções na vida dos indivíduos. Nesse cenário, o Pedagogo e a escola exercem a importante função de trazer desafios e incentivar os indivíduos a criarem suas próprias ferramentas para vencê-los.
As crianças dessa sociedade nova trazem novos tempos e uma nova forma de lidar com as circunstâncias sem pensar no que é certo ou errado, mas sim novo.