01/02/2013
É comum ouvir a reclamação de campo-larguenses que pedem por condições melhores de vida nos bairros onde moram.
01/02/2013
É comum ouvir a reclamação de campo-larguenses que pedem por condições melhores de vida nos bairros onde moram. É grande o número de casas que ainda não possuem saneamento básico: água tratada, coleta e tratamento de esgoto, destinação adequada dos resíduos sólidos e drenagem urbana.
A reportagem da Folha, a pedido de moradores, esteve em Bateias, no Loteamento Tigrinho, próximo a Estrada da Onça. Mais de 40 famílias que vivem ali nem têm água tratada.
Segundo o pastor José Alves da Silva, conhecido por Zé do Bigode, da Igreja Porta Formosa Povo de Deus, os moradores já cansaram de fazer pedidos para terem água tratada e esgoto, sem nenhuma resposta. “Acho que os direitos devem ser iguais para todos. Nós aqui na Estrada da Onça não temos esgoto, mas temos água tratada. E o Loteamento que é cerca de 50 metros acima não tem nada”, comenta o pastor.
Adriana Machado, moradora do Loteamento há 14 anos, diz que já fez mais de dez pedidos de saneamento básico, mas sem sucesso. “Já desistimos, porque nunca temos resposta”, reclama. Ela diz que bebem a água de poço, que às vezes eles jogam um pouco de água sanitária para tratar. As crianças e demais moradores da casa chegam a ter diarreia com frequência, o que pode ser causado devido à falta de água tratada. “O esgoto nós mesmos fazemos. Temos poço morto”, completa, dizendo que quando chove ou faz muito sol sai um mau cheiro.
Air Cordeiro, morador deste Loteamento há 13 anos, comenta que em algumas casas chega a faltar água, porque o poço que têm não é suficiente. Na sua residência eles evitam tomar a água do poço, utilizam esta apenas para fazer comida que será fervida, tomar banho, lavar roupas, entre outras atividades, mas que para beber eles compram sempre água mineral para não correrem mais riscos. “Já tenho duas fossas fechadas aqui em casa, estou utilizando a terceira”, explica Air, ao ser questionado sobre o esgoto.
Alguns moradores ainda comentaram que há algumas casas que jogam direto o esgoto no rio, sendo que há pessoas que pescam nele. Outro risco à saúde dos moradores é a localização das fossas, geralmente próximas aos poços dos quais retiram água e que podem ficar contaminados, como aconteceram alguns casos.
Resposta
A Folha procurou a assessoria da Sanepar e da Prefeitura Municipal, para que se posicionassem a respeito desse assunto. De acordo com informações da Sanepar, a Prefeitura Municipal não reconhece o Loteamento como regular. “Enquanto a Secretaria de Ubanização não der como regularizada, a Sanepar não pode levar sistema de água. A Prefeitura precisa reconhecer, informar a Sanepar, para então a mesma elaborar um projeto e fazer uma programação de investimentos para levar água tratada à região. Existe uma nova lei de saneamento, em que cada município elabora o seu Plano Municipal de Saneamento Básico e a Sanepar dá apoio técnico. Neste Plano descreve-se as metas do município, para onde quer crescer e que regiões serão contempladas com o saneamento. Para Campo Largo, a Sanepar tem a concessão de realizar os serviços de água tratada, como também coleta e tratamento de esgoto”.
A Assessoria da Prefeitura Municipal informou que buscará mais informações a respeito deste caso.