30/01/2013
Projeto pode proibir uso de narguilés por menores de 18 anos em Curitiba
30/01/2013
Fonte:G1.com
Tramita pela Câmara de Vereadores de Curitiba um projeto para proibir o uso de narguilés, por menores de 18 anos, em locais públicos. De acordo com o projeto, de autoria do parlamentar Tito Zeglin (PDT), o objetivo é reduzir os males provocados pelo uso do equipamento, em adolescentes e crianças.
O texto prevê que os menores ficam proibidos de usar o artefato em espaços como praças, ginásios e locais com aglomeração de pessoas. Se virar lei, a proposta também vai criar uma série de restrições para a comercialização tanto dos narguilés, quanto dos produtos para o uso do equipamento. Dentre elas, está a obrigação de só vender a pessoas que comprovem a maioridade.
Além disso, os estabelecimentos que também comercializem alimentos, podem ficar proibidos de exibir os narguilés ao alcance das pessoas. Será exigido que eles fiquem em local específico e isolado, tal como ocorre atualmente com os cigarros. Outra medida será a afixação de cartazes indicando a proibição da venda para menores.]
Riscos à saúde
O professor de pneumologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Adriano de Barros, explica que o uso do narguilé já foi alvo de um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 10 anos. No alerta emitido à época, a instituição já mostrava que o uso do artefato pode provocar os mesmos males de quem consome cigarros. "Ele é um cigarro mais potente, porque o filtro não existe. O vapor d´água não consegue filtrar as substâncias cancerígenas, como a nicotina", explica o médico, ao lembrar do mito que havia de que a água poderia reduzir a incidência de males do tabaco.
Segundo ele, os usuários de narguilés estão sujeitos a sofrer de câncer em todos os locais por onde a fumaça quente passa. "Vai desde a boca, até o pulmão, passando pela língua, laringe, faringe, enfim", conta Barros. Ainda de acordo com o médico, pessoas que consomem o tabaco muito jovens têm grandes riscos de contrair essas doenças e outras que sequer são lembradas, como câncer de bexiga - pela eliminação da nicotina - doenças cardiovasculares, derrame cerebral e trombose nas pernas.
Barros afirma ainda que o método de uso do narguilé, em que os fumantes passam a piteira entre si, pode acarretar na transmissão de infecções, como a hepatite B, que pode ser difundida pela saliva.
Feridos durante acendimento
Outro risco apontado pelo médico é quanto aos jovens que acabam se queimando quando vão aquecer a água. Em Foz do Iguaçu, uma jovem de 16 anos morreu, em decorrência de queimaduras provocadas durante o acendimento de um narguilé. O acidente aconteceu em outubro de 2012. A garota tentou usar álcool no equipamento, que explodiu. Ela teve 70% do corpo queimado.
Na mesma semana, também em Foz do Iguaçu, uma criança de três anos morreu, enquanto parte da família usava o artefeato.
No dia 22 de janeiro, outro adolescente de 16 anos, também teve queimaduras por tentar acender um narguilé com álcool. O acidente foi no pátio de um posto de combustíveis. Após ser avaliado em um hospital da cidade, o jovem foi transferido para Curitiba, onde ainda permanece internado.
Segundo o Hospital Evangélico, nesta terça-feira (29), o estado dele ainda é considerado gravíssimo. O garoto está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro dele é instável.