22-06-2011 Fonte: Banda B

Os metalúrgicos da fábrica da Bosch, na Cidade Industrial de Curitiba, decidiram hoje (22), em assembleia, às 6 horas, manter a greve que entra nesta quarta-feira em seu 6º dia. A decisão foi tomada pelos trabalhadores com o acompanhamento de um grande efetivo da Polícia Militar, que compareceu na porta da fábrica em pelo menos 10 viaturas.

A presença da PM com um efetivo bem acima do normal em dias de assembleia, foi interpretada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, como uma forma de repressão para pressionar os trabalhadores a votarem pelo fim da greve. "Isso é um assédio moral da empresa. Estamos voltando para o tempo da ditadura. Trazer este número de policiais até aqui é uma forma que a Bosch encontrou para tentar pressionar os trabalhadores. Como a polícia aceita essa pressão? Como aceita fazer este jogo sujo?", protestou o presidente do Sindicato, Sergio Butka, em entrevista ao vivo na Banda B hoje no início da manhã.

Os policiais militares presentes na Bosch informaram à Banda B que estavam no local apenas para manter a ordem e controlar o trânsito.

Ontem (21), os funcionários do setor administrativo voltaram ao trabalho depois de aceitar a nova proposta oferecida pela empresa de Participação de Lucros e Resultados (PLR) de R$ 6 mil para 100% das metas, que passaria a R$ 7 mil no caso de 115%. Os trabalhadores de chão de fábrica, cerca de 3,6 mil, querem R$ 9 mil para 100% de cumprimento das metas.

"Os funcionários do administrativo e da chefia têm uma negociação diferenciada. O PLR deles vai de 8 a 10 salários, bem acima do que o chão de fábrica recebe. Por isso, não são os funcionários do administrativo que vão decidir pela grande maioria dos metalúrgicos", afimrou Butka.

Com a decisão de hoje de manter o movimento, a greve da Bosch deve se estender pelo menos até segunda-feira (27), em razão do feriado de Corpus Christi.