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Saúde

Hábitos

31-05-2011

Quase 80% dos pais dizem que propaganda de alimentos prejudica hábitos das crianças

Hábitos

31-05-2011 Fonte: R7 Notícias

Quase 80% dos pais de crianças de até 11 anos dizem que a publicidade de fast food e outros "alimentos não saudáveis" prejudica os hábitos alimentares de seus filhos. Os resultados são de pesquisa do Instituto Datafolha feita com 596 pessoas de todo o país.

Os entrevistados também afirmam que esse tipo de propaganda dificulta os esforços para ensinar os filhos a ter uma alimentação saudável (76%) e leva as crianças a amolar os pais para que comprem os produtos anunciados (78%).

O levantamento foi encomendado pelo Instituto Alana, ONG que luta pela regulamentação da publicidade dirigida à criança. Isabela Henriques, coordenadora do projeto Criança e Consumo, explica que foram considerados como "alimentos não saudáveis" aqueles com alto teor de gordura, sódio ou açúcar.

- Estamos vivendo uma epidemia de obesidade e existe um esforço da sociedade para ensinar as crianças a se alimentarem melhor.

Mas a indústria de alimentos, diz ela, vai na contramão ao estimular as crianças a consumir produtos ricos em calorias e pobres em nutrientes.

- A pesquisa mostra que os pais estão pedindo ajuda. Sozinhos, não conseguem frear esse bombardeio.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) discute desde 2006 a regulamentação da publicidade de alimentos não saudáveis. No ano passado, a agência publicou uma resolução determinando que esse tipo de propaganda fosse acompanhado de alertas para possíveis riscos à saúde, no caso de consumo excessivo.

Mas essa regra foi suspensa graças a uma liminar concedida pela Justiça Federal em favor da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).

O presidente da Abia, Edmundo Klotz, afirma que "discutir a publicidade de alimentos é uma coisa do passado". A indústria, diz ele, está trabalhando para deixar seus produtos mais saudáveis em vez de discutir teorias.

- Praticamente eliminamos a gordura trans. Agora estamos reduzindo o teor de sódio. Até 2020, devemos atingir um ideal de saudabilidade.