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Saúde

Medidas básicas durante o inverno podem prevenir doenças em bebês e crianças

Medidas básicas durante o inverno podem prevenir doenças em bebês e crianças

Chegou a época mais temida pelos pais de bebês e crianças pequenas: o inverno. O início oficial da estação aconteceu na última sexta-feira (21), mesmo com uma variação grande de temperaturas, que vão de 14ºC até 24º°C – previstos para esta sexta-feira (28). Por conta das temperaturas mais geladas durante o inverno e também desta variação grande, os pequenos ficam mais propensos a desenvolverem doenças respiratórias, que vão desde resfriados, gripes, amigdalites, até casos mais graves, como pneumonias.

O médico pediatra Haroldo Torres explica que medidas simples podem proteger os bebês e crianças do desenvolvimento dessas doenças, como a proteção ao saírem de ambientes quentes para locais abertos e mais gelados. “A proteção deve ser feita com agasalhos, mas principalmente deve ser feita a cobertura do rosto no primeiro momento de saída e contato com o ar gelado externo, para que esse ar gelado não seja respirado imediatamente, ocasionando os primeiros sintomas de resfriados como a congestão nasal e coriza.”

Essa proteção é importante porque, segundo o médico, o ar gelado nas vias respiratórias proporcionam um processo inflamatório nas mucosas com inchaço localizado e produção de muco, manifestando como sintomas de resfriados ou gripes.

Outros pontos importantes da prevenção são a ventilação, boa alimentação e hidratação das crianças. “Dentro do possível devem ser evitados ambientes com muita gente e pouco ventilados, pois neles acontece a facilitação para a propagação de vírus e bactérias. A hidratação é bastante importante para facilitar expectoração de secreções por espirros e tosses, bem como a ingestão de sucos ou frutas cítricas, que são fonte de vitamina C, que estimulam a imunidade contra os processos infecciosos respiratórios”, orienta.

O médico esclarece que a boa alimentação começa com a amamentação no mínimo até os 06 meses de vida, pois permite que a criança receba anticorpos pelo leite materno. A ingestão de alimentos nutritivos, com uma dieta equilibrada e balanceada a partir do sexto mês de vida, são fatores essenciais para a boa imunidade evitando inúmeros processos infecciosos.

Um ponto crucial na saúde da criança é a manutenção da carteirinha de vacinação em dia. “Como a proliferação de vírus e bactérias aumenta com os ambientes fechados e pessoas aglomeradas, a vacinação é uma aliada essencial e extremamente importante para evitar as gripes, pneumonias e meningites. Com ela, o organismo produz anticorpos antecipadamente e ao entrar em contato com esses agentes evita que essas doenças sejam desenvolvidas”, explica.

Já faz parte do senso comum que crianças aprendem pelo exemplo mostrado por seus pais, por isso, essas medidas simples devem ser aplicadas primeiramente pelos responsáveis, para que ela possa tomar aquilo como o certo a ser feito. “A instrução dos pais com relação à higiene de mãos, boa alimentação, hidratação e vacinação possibilita a diminuição dos riscos de transmissão ou aquisição por contato com outras crianças do convívio. A maneira de serem feitas essas orientações começa pelo exemplo pessoal, de modo que as crianças vejam o procedimento dos pais e outros familiares e tenham atitudes inicialmente por imitação, para depois com o crescimento e amadurecimento possam receber informações quanto a evitar situações de risco, como receber friagens com poucas roupas. Ao contrário, usar roupas adequadas para o clima frio, evitar a proximidade com colegas de classe que tenham sintomas gripais, fazer uso de lenços descartáveis, ter uma boa higiene pessoal, hidratação e alimentação adequadas”, enfatiza.

Quentinho demais?
Os pais também devem ter cuidado para não superaquecer a criança, com excesso de agasalhos e cobertores. O ideal é agasalhar ela para manter a temperatura corporal, que deve ser entre 36ºC a 36,5ºC. Segundo o médico, o excesso de roupas aparenta com vermelhidão na face, suor, aparecimento de brotoejas na pele, inquietação e choro em bebês. Pode manifestar ainda aumento de temperatura corporal, como uma febre e desidratação relacionada à sudorese, o que pode ser prejudicial e gerar riscos para a criança. Do contrário, também é inadequado. Alguns sinais que a criança está com frio são respiração mais gemente, mãos e pés gelados com unhas arroxeadas e tremores.

Dr. Haroldo orienta que o uso de aquecedores nos quartos podem ser feitos com cautela, não em períodos prolongados demais, pois ao mesmo tempo que aquecem o ar, também o resseca, o que também pode ocasionar doenças respiratórias.

“Assim, o ideal é usar aquecedores a óleo e não incandescentes para não ressecar demais o ar, ou aparelhos que tenham umidificadores, precisando prevalecer o aquecimento do que a umidificação para não provocar o crescimento de bolores ou fungos que também geram infecções respiratórias graves. O cuidado que se deve ter quanto ao aquecimento de determinados ambientes, como o quarto aquecido com aparelho, é a saída para outro ambiente da casa que está mais frio, assim como deve se cuidar com saída do banheiro após o banho com o ar quente do chuveiro, saindo para o quarto gelado, que facilita a geração de doenças respiratórias”, diz.

Para épocas em que o inverno está mais seco, podem ser usados no quarto bacias de água ou toalhas molhadas para que o ar não fique seco demais.

Quais as doenças mais comuns?
Dr. Haroldo elenca as doenças mais comuns encontradas nos consultórios médicos nesta época. “A mais comum é o resfriado com sintomas como a coriza hialina (nariz escorrendo sem catarro), congestão nasal, espirros, tosse seca ou encatarrada e febre por dois a três dias, associada a dores no corpo, indisposição, perda de apetite. As gripes são mais intensas nos sintomas, com febres mais altas e persistentes, coriza nasal encatarrada amarelada ou esverdeada, tosse produtiva ou mais encatarrada, mal estar, dores musculares ou articulares no corpo, prostração mais intensa”, diz.

Outra doença muito comum à época, é a amigdalite, que tem como sintomas a febre alta e dor intensa na garganta, com inchaço das amígdalas, formação de pus nas causas bacterianas. As infecções de ouvidos com dor localizada e febre alta, as sinusites com tosse encatarrada com piora noturna, dor de cabeça intensa na região da face, congestão nasal e indisposição, as pneumonias com tosse encatarrada, falta de ar progressiva, febre alta e prostração, também são bem comuns durante o inverno.

“As meningites também são mais comuns no inverno, se comparada a outras estações. Elas são doenças graves e se manifestam com febres altas e de difícil controle, dor de cabeça localizada na nuca com rigidez para movimentar a cabeça, aumento de volume e tensão da fontanela (moleira) nos bebês, com irritabilidade extrema e choro intenso, vômitos em jato muito frequentes e incontroláveis, prostração extrema, com sonolência, convulsão, coma e óbito em poucas horas, dependendo do agente causador, especialmente determinadas bactérias”, alerta.

Tratamento adequado
A automedicação não é recomendada por nenhum dos órgãos de saúde, desde o Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina e Conselho Federal de Farmácia. Para que a medicação seja adequada, é importante que a criança, jovem, adulto e idoso passe por uma consulta com um médico. “Sintomas como a tosse, por exemplo, pode ter diversas causas, desde um resfriado comum até uma tosse alérgica ou pneumonia. Assim, tomar um xarope para a tosse pode ser arriscado se não tiver identificado o motivo, já que eles podem mascarar o quadro, ou agravá-lo, além de tomar algo que pode prejudicar por diversos efeitos colaterais que esses produtos químicos podem produzir no organismo”, orienta.

Para evitar a automedicação e infecções mais graves, o antibiótico é vendido apenas com receitas retidas e não podem ser vendidos sem critérios médicos. O ideal é que após o término do tratamento, que deve ser seguido rigorosamente, o restante do medicamento seja descartado em um ponto de coleta de medicamentos.