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Saúde

Diabéticos estão no grupo de risco, mas casos controlados são menos preocupantes

Tem sido muito divulgado na mídia que pacientes diabéticos formam um grupo de risco para infecções por Covid-19 e isso, em grande parte, é verdade, conforme explica o endocrinologista André Ricardo Fuck.

Diabéticos estão no grupo de risco, mas casos controlados são menos preocupantes

Tem sido muito divulgado na mídia que pacientes diabéticos formam um grupo de risco para infecções por Covid-19 e isso, em grande parte, é verdade, conforme explica o endocrinologista André Ricardo Fuck. Mas ele alerta que isso vale não só para o Coronavírus, como para qualquer tipo de infecção que possa ter uma evolução desfavorável, como gripe, pneumonia, dengue, infecções de pele, quadros diarreicos, entre outros.

O Diabetes, tanto o tipo 1 como o tipo 2, é uma doença que afeta o sistema imunológico de diversas formas. A hiperglicemia (nível aumentado de açúcar no sangue) serve de “alimento” para os micro-organismos se proliferarem de maneira mais rápida. “A hiperglicemia também afeta diretamente o funcionamento dos neutrófilos, células fundamentais no combate às infecções em seus estágios iniciais. Além disso, o Diabetes causa uma piora da circulação periférica, diminuindo a capacidade de o sistema imunológico - leucócitos, linfócitos e anticorpos - conseguirem atingir e combater adequadamente o processo infeccioso”, detalha o especialista.

Entretanto, Dr. André esclarece que isso ocorre principalmente nos casos de Diabetes mal controlados, naqueles com longa duração da doença, nos idosos e naqueles que possuem outras doenças e/ou complicações crônicas do Diabetes, como retinopatia, neuropatia ou nefropatia diabética. “Pacientes que descobriram a doença há pouco tempo e que estejam bem controlados e aqueles sem histórico de complicações da doença costumam evoluir ds mesma forma que a população geral. Vale lembrar que o bom controle glicêmico e manter hábitos saudáveis de vida são as melhores ferramentas para se manter o sistema imunológico forte e sadio”, afirma.

Mas mesmo assim ele não recomenda nenhum tipo de tratamento específico para aumentar a imunidade, muitos deles divulgados hoje em dia em redes sociais que causam ainda mais pânico geral para iludir pacientes. “Siga os conselhos do seu clínico geral ou endocrinologista e as recomendações dos órgãos oficiais de saúde e, em caso de qualquer sintoma suspeito, entre em contato com seu médico para mais esclarecimentos”, completa.