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Saúde

Consultas de rotina ao ginecologista são primordiais para a saúde feminina

O resultado de uma pesquisa divulgada em feve­reiro deste ano foi alarmante. O dado mostrou que 5,6 milhões de mulheres brasileiras não vão regularmente ao médico ginecologista para acompa­nhamento da sua sa&uacut

Consultas de rotina ao ginecologista são primordiais para a saúde feminina

O resultado de uma pesquisa divulgada em feve­reiro deste ano foi alarmante. O dado mostrou que 5,6 milhões de mulheres brasileiras não vão regularmente ao médico ginecologista para acompa­nhamento da sua saúde, quatro milhões nunca procura­ram atendimento e mais de 16 milhões estão há mais de um ano sem entrar no consultório desta especialidade.

Isso não impacta somente na saúde individual da paciente, mas também na saúde pública do país todo, conforme explica a médica ginecologista e obstetra, Dra. Marina Nunes Machado. “Quando a população feminina deixa de procurar o médico ginecologista para a preven­ção, sem dúvida teremos maiores demandas por trata­mentos, maior necessidade de atendimento multiprofis­sional (exemplo oncologista, psicólogo, fisioterapeuta), maior número de mulheres em idade produtiva incapa­citadas para o trabalho, levando a prejuízo de bilhões de reais anualmente aos cofres públicos. No Brasil, ainda temos a cultura de ir ao médico para tratar doenças, en­tretanto o ginecologista é um dos especialistas que tem um papel importante na prevenção de patologias. Sendo assim, não consultar anualmente impacta na detecção de doenças a tempo de ter sucesso no tratamento.”

As rotinas de consulta e exames são muito particula­res, de mulher para mulher, levando em consideração seu histórico pessoal e também familiar, sendo assim, só pode ser indicada pelo seu médico. Entretanto, a médica cita al­guns exames que devem ser feitos por uma mulher de 40 anos, por exemplo, tais como mamografia, preventivo de colo uterino e exames laboratoriais. Mulheres que façam uso contínuo de medicação, independente do qual seja, deve fazer acompanhamento regular.

As adolescentes também podem começar com as ro­tinas de consultas ao ginecologista. “Hoje tenho notado uma mudança no ‘tabu’ de se ir ao ginecologista na ado­lescência. Grande parte das mães já agendam consultas para si mesmas e para suas filhas adolescentes. Assim podemos ter uma primeira conversa informal com orien­tações importantes antes de se iniciar a vida sexual”, ex­plica.

 Sem medo e sem vergonha

A médica ressalta a importância de ter uma conversa aberta com o seu médico de confiança. “Dentro da ginecologia, na maioria das vezes so­mos médicas que em muitos casos passamos a ser confidentes das mulheres. Havendo confiança e um diálogo aberto, também há prevenção de DSTs ou prevenção de gestações indesejadas”, diz.

Segundo ela, as queixas mais comuns, espe­cialmente em mulheres no pós-parto ou próximo da menopausa, é diminuição da libido, algo que se abordado em uma consulta pode mudar a qualida­de de vida do casal.

“Dicas de sinais ou sintomas que devem ‘acen­der a luzinha vermelha’ e fazer a paciente procurar atendimento médico são: sangramento persisten­temente irregular, sangramento ou dor durante a relação sexual, corrimento amarelado com odor forte, atraso menstrual, suspeita de ter contraído doença venérea e retração na pele da mama. Mas vale ressaltar novamente a importância das con­sultas”, diz.

O momento da consulta também serve para que a mulher tire suas dúvidas sobre os métodos contraceptivos. Um dos que geram maior interesse são os LARCs, ou long-acting reversible contracep­tion, que são métodos de longa ação e que são fa­cilmente reversíveis. “Não dependem por exemplo de ter que lembrar diariamente ou mensalmente de se tomar medicação. Nos últimos guidelines, congressos e estudos foram fortemente recomen­dados inclusive para adolescentes. No Brasil temos três: o DIU de cobre, DIU liberador de levonorges­trel e o implante subdérmico de etonogestrel. Em termos de eficácia, chegam a ser mais seguros que uma laqueadura tubária, e vêm com força total nas escolhas de planejamento familiar da mulher mo­derna. Porém, somente o médico ginecologista é capaz de indicar a melhor opção”, explica.

Antes de engravidar

As mulheres também precisam realizar a con­sulta antes de se tornarem mães. “A consulta pré­-concepcional é importantíssima. Nesse momento conseguimos avaliar a parte vacinal da mulher, para, por exemplo, evitar uma rubéola na gesta­ção (doença que causa serias malformações fe­tais). Ainda, podemos iniciar a suplementação com ácido fólico, que em dosagens corretas é capaz de prevenir defeitos neurológicos graves como a anencefalia. A determinação simples da glicemia de jejum já pode dizer se há uma maior chance de diabetes gestacional. São cuidados simples que evitam grandes tragédias”, ressalta.

Porém, o pré-natal é de extrema importância para a grávida e também para a criança que está sendo gerada, uma vez que a saúde de ambos são monitoradas por meio de exames e consultas.