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Saúde

Brasil já possui 677 casos confirmados de sarampo e vacinação é caminho para combate à doença

A doença é altamente transmissível e que pode levar ao óbito, com risco maior
principalmente para crianças com menos de quatro anos, alerta médica pediátra

Brasil já possui 677 casos confirmados de sarampo e vacinação é caminho para combate à doença

A próxima Campanha Nacional de Vacina­ção contra o Sarampo e a Poliomielite acontecerá entre os dias 06 e 31 de agosto, sen­do o dia 18 (terceiro sábado do mês) o Dia D de Mobilização Na­cional, momento em que as Uni­dades Básicas de Saúde estarão preparadas para realizar um muti­rão de vacinação em todo o país. O público-alvo da campanha são as crianças com até quatro anos, 11 meses e 29 dias, tendo como meta vacinar até 95% delas.

A preocupação e atenção dos governantes aumentou após ca­sos comprovados da doença se­rem anunciados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o últi­mo boletim, divulgado na última quarta-feira (18), o Brasil já tinha registrado 677 casos de sarampo, sendo os estados do Amazonas e Roraima os líderes no número de infecções, com 444 e 216 ca­sos respectivamente. O Rio Gran­de do Sul aparece como terceiro colocado, com oito casos confir­mados, seguido do Rio de Janei­ro, com sete casos. Rondônia e São Paulo fecham a lista com um caso confirmado cada. Entretan­to, 2.724 casos ainda estão sob investigação nesses mesmos es­tados.

A Folha de Campo Largo con­versou com a médica pediatra An­gelica Barrichello Torres Imroth, que contou que os casos de sa­rampo eram bastante isolados. “Os casos de sarampo diminuíram drasticamente desde 1999, com o aumento da vacinação. Os ca­sos de sarampo são muito raros e muitos médicos, inclusive eu, nun­ca viram nenhum caso. Isso é mé­rito da vacina. As pessoas não co­nhecem o mundo sem vacina, não conhecem as doenças que dei­xando de aplicá-las podem sur­gir. A vacinação é a única solução para evitar epidemias de doenças que levam à morte.”

De fato, o país ficou por mui­to tempo livre da doença, e em 2016 chegou a receber um certifi­cado de eliminação de circulação do vírus pela Organização Pan­-Americana da Saúde. “A meta de vacinação contra o sarampo é de 95%. Em 2017, dados prelimina­res apontam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral)”, di­vulgou o Ministério da Saúde.

A Prefeitura divulgou essa se­mana um texto com informações sobre a doença. No corpo do tex­to trazia que apesar de não ter ne­nhum caso sob suspeita ou con­firmada, cabe a ela alertar para a importância da vacinação, au­mentando a cobertura vacinal como plano de emergência.

O sarampo é uma doença al­tamente transmissível, especial­mente por meio de secreções ex­pelidas pela pessoa infectada, ao tossir, respirar e falar, no perío­do de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após. “O sarampo é uma doença grave que pode levar ao óbito. Começa com os mesmos sintomas de uma gripe, com febre alta, coriza, tosse e olhos verme­lhos. Aparecem manchas esbran­quiçadas na boca. O exantema aparece depois, começa pela ca­beça e vai aumentando em dire­ção aos pés. É perigosa, princi­palmente, para as crianças abaixo dos quatro anos”, alerta.

Muitas pessoas confundem o sarampo com a varicela, mas a médica explica que são doenças diferentes. “A varicela ou catapora é diferente do sarampo. A varicela é uma doença transmissível tam­bém, mas apresenta febre baixa e constante, e as lesões na pele, diferentes das que vemos no sa­rampo”, explica.

Contra o sarampo, o calendá­rio de vacinação traz que de “12 meses a menores de 05 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 me­ses de idade (tetra viral)”, e de “5 anos a 9 anos de idade que per­deram a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice com inter­valo de 30 dias entre as doses”.

Poliomielite

A poliomielite é considerada uma doença controlada em todo o mundo. No ano passado, a Orga­nização Mundial de Saúde (OMS), divulgou que apenas 12 casos da doença foram registrados no mun­do todo. Em 1988, a epidemia da doença foi tão grande, que a cada 15 minutos 10 crianças se torna­vam paralíticas no mundo.

A Dra. Angelica explica que a doença é perigosa especialmen­te para crianças com até quatro anos. “O poliovírus vive no intes­tino e tem transmissão fecal/oral, ou seja, pelas fezes e saliva. Ape­nas 1% das pessoas que entrarão em contato com o vírus irão de­senvolver a doença. Essa é uma doença que não possui cura, por isso é tão importante se prevenir, por meio da vacinação”, orienta.

                       

No Brasil não há casos da doença registrados desde 1990, o que levou o país a receber em 1994, o Certificado da Erradica­ção da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem, emitido pela Organização Pan-America­na da Saúde (OPAS). O Ministério da Saúde mantém no esquema a vacina, aplicada aos dois meses, quatro meses, seis meses, 15 me­ses e dos quatro os seis anos de idade. Também acontecem as campanhas de vacinação com o Zé Gotinha, anualmente.