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Opinião

Quando a preocupação do momento vira o amanhã

O ser humano é um ser mutável e até mesmo instável. Está sempre se transformando e também preocupado em fazer mudanças no meio em que vive.

Quando a preocupação do momento vira o amanhã

O ser humano é um ser mutável e até mesmo instável. Está sempre se transformando e também preocupado em fazer mudanças no meio em que vive. Um exemplo é o local onde mora, que nunca estará 100% pronto, do jeito que sonhou; sempre há o que fazer, o que mudar, comprar, vender... Isso acontece também em nossa sociedade, seja no âmbito social, ambiental, de trabalho ou mesmo no político.
Deste último, um bom exemplo são as mudanças feitas dentro dos governos estaduais e federais. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, quase 50% da Câmara foi renovada na última eleição, e no Senado a mudança foi ainda maior, com apenas oito senadores reeleitos e também na presidência, com a presença de um líder totalmente oposto ao que vimos nos últimos 20 anos.
Isso mostra a necessidade de mudanças e a preocupação com o futuro frente a muitos problemas - especialmente envolvendo corrupção - que consumimos por meio das notícias. Essa renovação levou a outra mudança,  como a dispensa de mais de 20 mil pessoas que ocupavam cargos comissionados dentro do governo federal. Essa “limpa” também aconteceu no Estado do Paraná, quando o governador Ratinho Junior reduziu os cargos comissionados. Esse é um princípio de mudança, porém ainda há um caminho longo a ser trilhado para que esse impacto seja de fato sentido pela sociedade. O Governo Federal já anunciou que estuda extinguir mais 25 mil cargos comissionados, que acabam gerando um gasto muitas vezes desnecessários para a máquina pública.
Mesmo sendo necessárias, essas demissões também causam impacto. As mudanças sociais, ambientais e no trabalho acabam influenciando nossas vidas e isso nem sempre é bom, exige maior preparo. Todos os dias surgem novas profissões e outras tornam-se obsoletas. A dinâmica de trabalho é diferenciada, pessoas acumulam dois, três, até quatro empregos de uma vez, sete dias na semana, com poucas horas de sono e ainda acreditam que ganham pouco - muitas vezes ganham pouco mesmo. Empregos que antes eram almejados, hoje já não resultam no mesmo status e ganho mensal, startups e novas ideias estão ganhando espaço.
Estamos entrando em um mês cujo tema central da discussão é o suicídio e doenças psicológicas que afetam a mente.  Todas essa mudanças têm levado a quadros depressivos e deixado os brasileiros mais ansiosos do que a maioria. Não se sabe o dia de amanhã, que emprego teremos, como serão as estruturas familiares, como estará a política e nossos representantes. É importante sim se preocupar com o amanhã, é uma questão de sobrevivência. Mas sem esquecer que ele depende do quanto você dá de atenção para o hoje.