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Opinião

Paralímpiadas começou trazendo lições para a sociedade

No último dia 24 de agosto foi dado início às Paralímpiadas de Tóquio 2020, competição que, embora não tenha a mesma publicidade e mesmo atenção devida como existe nas Olimp&iacut

Paralímpiadas começou trazendo lições para a sociedade

No último dia 24 de agosto foi dado início às Paralímpiadas de Tóquio 2020, competição que, embora não tenha a mesma publicidade e mesmo atenção devida como existe nas Olimpíadas, já se mostra muito promissora para a delegação brasileira e principalmente já entregou uma série de momentos inspiradores para toda a sociedade.

Em apenas dois dias de competição, o Brasil já ocupava a 10ª posição no quadro de medalhas, com oito conquistadas, sendo uma de ouro, três de prata e quatro de bronze. O destaque, até o momento fica por conta da natação, com a quebra de um recorde paralímpico nos 100m nado borboleta, pelo brasileiro Gabriel Araújo. O atleta foi quem trouxe o primeiro ouro na competição para o Brasil.

As Paralímpiadas acontecem até o próximo dia 05 de setembro, quando poderão ser vistas habilidades quase sobre-humanas e feitos heróicos de pessoas que superam as suas deficiências e lutam para dar o seu melhor, muitas vezes sem o investimento que tanto precisam e treinando conforme as suas próprias condições.

O esporte, protagonizado por atletas de elite como vemos em competições mundiais, com ou sem deficiência, ou mesmo para amadores, jovens e crianças, ainda carece muito de investimentos em nosso país. 

Muitas vezes, é por meio do esporte onde há superação de um trauma, desenvolvimento de habilidades e aprimoramento do caráter – principalmente com as crianças, onde se criam conceitos mais claros de responsabilidade, competitividade, companheirismo e principalmente respeito –, além de ser um forte fator para impulsionar pessoas a lugares que jamais imaginaram estar e aumentar a proteção contra o envolvimento com atos ilícitos. O esporte, principalmente combinado a projetos sociais, auxilia a manter crianças e adolescentes com boas notas e frequência escolar.

Tratando das Paralimpíadas como inspiração, podemos seguir a linha da necessidade de um maior investimento em acessibilidade. Não foi somente uma vez que a Folha apresentou aos leitores matérias a respeito de cidadãos com deficiência que se sentiram “deixados de lado” pelo poder público e também pela iniciativa privada. Entre as reclamações, a falta de estrutura para trafegar nas ruas, ocupadas por placas, postes de iluminação, falta de calçamento adequado na região central e principalmente nos bairros. Além das poucas rampas de acesso, falta de acessibilidade em estabelecimentos comerciais, dificuldade no atendimento por não ter conhecimento em Libras – língua reconhecida como oficial no Brasil -, a pessoa com deficiência precisa também ser considerada na tomada de decisões.

Pregamos tanto por um mundo melhor, mais igualitário, então que ele possa ser projetado de fato para alcançarmos, pelo menos uma porcentagem, daquilo que almejamos. Quem sabe ao lutar por esse mundo melhor, no meio do caminho, nos tornemos melhores também.