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Opinião

Falta de humanidade ou má administração de recursos?

Falta de humanidade ou má administração de recursos?

Os paranaenses ficaram chocados ao ver o jovem de 18 anos, à mercê, sendo cuidado e velado por seus pais e familiares na última segunda-feira (15) no asfalto, após ser vítima de assalto, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba.

Isso nos coloca em xeque com duas questões cruciais. A primeira está diretamente ligada ao número crescente de homicídios cometidos em todas as cidades do país. Essa é a segunda semana do ano que temos uma capa com tantos crimes, algo inédito para a população.

Outra é a situação em que deixaram aquela família, cuidando do corpo de um jovem que estava voltando do trabalho e foi vítima de uma violência gratuita – já que tentaram assaltá-lo, mas ele acabou reagindo -, não por uma ou duas horas, mas por 13 horas no asfalto, coberto apenas por um plástico.

Curitiba conta hoje com quatro viaturas destinadas ao Instituto Médico Legal. Duas estavam na Operação Verão e as outras duas estavam em Curitiba. Uma das que estavam em Curitiba apresentou falhas mecânicas, na segunda-feira, e a outra precisou recolher um corpo em Adrianópolis, que fica a 165 km de Curitiba. A solução era trazer uma das viaturas que estavam no litoral para Curitiba novamente, mas elas também estavam em atendimento no dia.

De fato, quatro viaturas parece pouco para um grande número de municípios que são de responsabilidade do IML.

Não é de hoje que a população cobra uma administração do dinheiro público mais eficaz, por parte dos governantes. Viaturas quebradas, independente se pertencem a Polícia Militar ou Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil partem muitas vezes do mesmo princípio: a falta de manutenção, que deve ser feita com frequência.

A Secretaria de Segurança Pública e o IML enviaram pedidos de desculpas à família, por todo o transtorno que a fez passar. Isso não é o suficiente.

Perder um filho é uma dor indescritível, só quem sente saberá dizer o quão devastadora ela pode ser; imagina ver o seu filho “jogado” no chão, sem poder mover nenhum centímetro, por se tratar de uma cena de crime, no qual ele era a vítima? Beira a humilhação.

O secretário anunciou licitação para mais duas viaturas destinadas ao IML, isso poderá desafogar um pouco os vários atendimentos que o instituto acaba recebendo todos os dias. Mas esperamos ansiosos medidas para que a violência nas cidades diminua, a ponto de desafogar de vez o trabalho do IML.