Quem é adepto das redes sociais e está a utilizan­do por esses dias de período eleitoral pode pertencer a dois grupos: os que não param de falar mal de um candidato x ou y ou dos que já não aguentam mais ver postagens sobre política no seu feed de notícias.

Não há problema em discutir política, mas é sem­pre preciso haver respeito, sem exaltação. O problema das redes sociais é que elas não permitem um diálogo ou debate de ideias frente a frente, olho no olho, ouvin­do tom de voz nas colocações. Em resumo, as brigas se tornam pessoais, atingem e ofendem pessoas de verdade, que acabam tendo suas amizades estreme­cidas.

A sociedade está entrando em um colapso, seja pelo bombardeamento de informações - aqui coloca­mos também as fake news, que acabam criando o ‘dis­se-me-disse’, colocando mais lenha ainda na fogueira - e sofrem também com a necessidade do imediato - se não for para agora, não quero mais, se eu não for o primeiro vai passar despercebido.

Essa fórmula ganha ainda mais gravidade quando se é colocada a falta de educação e a grosseria como algo engraçado, legal, digno de aplausos. Não é, de maneira alguma, legal ser grosseiro, e isso aprende­mos desde a infância - ou pelo menos deveríamos. Não estamos entrando nos méritos do politicamente correto, mas se você acha certo ‘lacrar’, ‘pisar’, ‘sam­bar na cara’ de alguém, é preciso que você reveja seus conceitos.

Todo esse estresse, angústia de entrar em uma discussão, sentimento de inferioridade gerado podem levar a problemas graves, que atingem o físico. Pro­blemas gastrointestinais, problemas cardíacos, dores constantes de cabeça e no corpo causados pela ten­são são alguns dos resultados de problemas psicoló­gicos, que podem ser agravados pelas redes sociais, isso tudo comprovado cientificamente.

Lógico que ninguém tem sangue de barata, nin­guém irá se tornar o legítimo ‘lorde inglês’ por causa disso. Isso é sobre expor opiniões sem julgar ou sem desmerecer o outro. Tendo consciência das suas ati­tudes, você poderá influenciar outras pessoas do seu meio também. Na ágora virtual - ágora era uma reunião na Grécia antiga - nem sempre é bom se envolver.

Lembrem-se que o voto é pessoal, intransferível e secreto. No final, apesar de todas as discussões e brigas, ninguém vai saber em quem determinada pes­soa votou. Gaste sua energia propondo ideias de fato construtivas para a sociedade, fale sobre política, não sobre políticos.