Quarta-feira às 24 de Abril de 2024 às 10:52:38
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Pista tátil é um ponto de referência

Maria Inês e Pedrinho Ribeiro caminham facilmente pela pista tátil quando não há obstáculos

Pista tátil é um ponto de referência

Com as melhorias na Rua XV de Novembro de Campo Largo que aconteceram por volta do ano 2000 os deficientes visuais podem fazer um trajeto pela principal rua da cidade de modo mais tranquilo. Mas mesmo passados mais de nove anos muitas pessoas não sabem para que serve os blocos com saliências com 5 milímetros de altura colocados em um dos lados da via. A pista tátil é uma referência de extrema importância para o deficiente visual e por isso é necessário que não haja obstáculos.
Diariamente a professora do Centro de Atendimento Especializado (CAE)- área de Deficiência Visual (CAE) de Campo Largo responsável pela prática de Orientação e Mobilidade, Luciane Maneira Stdrezk sai às ruas da cidade com os alunos para informar os pontos de referência durante um trajeto e a ocorrência de obstáculos. Os alunos só saem as ruas quando adquiriram independência dentro do Centro e nas redondezas.
O percurso inicia normalmente no CAE que fica ao lado da Escola Primeiro de Maio e tem como direcionamento a Rua XV de Novembro, ponto de referência para vários locais, como bancos, terminal e lojas do comércio em geral. As referências mais utilizadas pelos deficientes visuais são fixas, olfativas, auditivas e táteis-sinestésicas.
No primeiro semestre as aulas foram feitas a pé, e agora, no segundo semestre, o trajeto está sendo realizado a pé e de ônibus. Mas os alunos não criam uma independência em se deslocar apenas durante a aula, durante a semana os alunos costumam retornar para assimilar bem o trajeto. Pouco vista nas cidades, mas de grande importância para os cegos, a pista tátil é uma trilha de piso de relevo diferenciado que possibilita o deficiente visual andar por cima dela ou usá-la como guia. Para os deficientes visuais a pista tátil facilita a locomoção e é mais segura quando não existe barreiras imprevisíveis, como bicicletas, pessoas que param para conversar sobre a via, carrinhos de descarga ou até mesmo cargas. Por isso muitas vezes o trajeto que era para ser perfeito, tem interferências que obstruem a paisagem.
A atitude de as pessoas permanecerem sobre a pista ou deixarem objetos sobre ela ocorre, muitas vezes, devido às mesmas não terem conhecimento. Então toda vez que Luciane presencia a situação faz questão de orientar. Por só ter pista tátil no Calçadão, em outras ruas os cegos precisam encontram outras formas de referência, como andar próximo ao muro quando é possível, ou então, próximo ao meio fio, por ambos serem em linha reta.
O casal Maria Inês Cintra da Silva e Antonio João Bertoja é morador do Jardim Itaqui e frequenta o CAE toda semana. Para eles a pista tátil torna mais fácil o trajeto e da uma maior segurança. De qualquer modo existe interferência de bueiro muitos próximos a pista. Por isso costumam andar sempre de bengala, uma forma de proteção para os membros superiores.
Pedrinho Ribeiro, morador do Jardim Esmeralda e frequentador do CAE há cinco anos aprendeu a andar sozinho pelas ruas de Campo Largo e tem muita facilidade em caminhar principalmente na pista tátil, mas encontra dificuldades quando há obstáculos.