Quinta-feira às 18 de Abril de 2024 às 11:57:12
EM CAMPO LARGO 11º | 22º
Geral

Felix Novak conta um pouco da sua história

Ex-combatente campo-larguense conta sua experiência na Segunda Guerra Mundial

Felix Novak conta um pouco da sua história

Nesta semana foi comemorado o Dia do Soldado, dia 25 de agosto, instituído para homenagear os membros do Exército Brasileiro, que muito se destacou em sua atuação na Segunda Guerra Mundial. Campo Largo também está presente na história, com seus combatentes, que mesmo sem saber ao certo como seria, se alistaram e se prepararam para lutarem por toda uma nação na Itália.
Segundo registro de livros sobre o tema, o primeiro paranaense morto em combate foi o soldado campo-larguense Constantino Marochi. De maneira geral, os paranaenses obtiveram uma boa atuação e fizeram parte do Batalhão Jaci, o qual foi considerado um dos melhores da FEB. Foram elogiados por não cederem ao pânico da guerra, permaneceram firmes em suas posições, sendo considerados homens de honra que colocaram o amor à Pátria acima de suas próprias vidas.
Alguns destes soldados estão vivos e contam suas histórias com muito orgulho, vitoriosos pelas conquistas e por conseguirem sobreviver às sangrentas batalhas e voltarem com vidas para suas famílias.
Já com idade avançada e com um pouco de dificuldade em ouvir, Felix Novak, que mora em um sítio na estrada do Retiro, Guabiroba, conta detalhes do que ainda lembra deste período tão marcante, a Segunda Guerra Mundial.

“A guerra sabe como é, só se via morte e mais nada. Rajada que dava os alemães, quando viam, eles não vinham de cinco, seis, dez, vinham de mil, mil e quinhentos cada vez”, declara ele que presenciou a morte de muitos companheiros.
Ele conta que quando chegaram na Itália, já viram toda a destruição, as péssimas condições em que o povo se encontrava e muito barulho dos tiros de metralhadoras, o que justifica o símbolo da Força Expedicionária Brasileira, de uma cobra fumando. “A gente pensava em nada lá, porque não tinha o que pensar. Podia pensar só da morte. A gente quando vai de um jeito, num apuro como nós ‘tava né’, num ataque nós ‘tava tuda’ vida. Nós lá dia e noite, nunca via casa ‘né’, só trincheira. Mas o que nós sofremos muito sabe. Olha que passamos sede, fome, passamos de tudo, de tudo. Nós lá tinha dia que ficava três dias sem comer, sem beber água, sem nada. Então não é vergonha contar, então pra molhar a garganta nós tinha que urinar e tomar a urina pra molhar a boca, senão morria de sede né”, detalha o ex-combatente.
Foram dois anos sofrendo, longe da família, mas foi recompensador quando os brasileiros chegaram ao topo do Monte Castelo, como afirma Felix Novak. Mas hoje ainda são poucas pessoas que valorizam a coragem destes homens e tudo que eles passaram. Evento como o realizado pelo Tiro de Guerra traz um pouco da história e enaltece quem coloca o amor à Pátria em primeiro lugar.