Um novo colégio estadual iniciará com atendimento na região do Itaqui após o recessso escolar de julho, com início das aulas previstos para o próximo dia 24. É o Colégio Estadual Inove, localizado na antiga Deda Decorações, que terá atendimento em período integral para estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e também Ensino Médio.  A previsão é que a partir de 2025, quando o colégio abrirá todas as vagas, 810 estudantes sejam atendidos.

A Folha visitou as instalações da instituição e conversou com a diretora Lara Stoco, que explicou melhor sobre como será o trabalho do colégio. “O colégio tinha previsão para iniciar os trabalhos ainda em janeiro deste ano, mas por trâmites legais e burocráticos, precisamos adiar o início das aulas. Agora, com todas as liberações, poderemos começar a trabalhar a partir do dia 24 de julho, quando os estudantes retornam do período de férias. Ele é um colégio integral, ou seja, os estudantes permanecem aqui pela manhã e tarde, totalizando nove horas, com cinco aulas pela manhã e mais quatro à tarde, tendo o ensino regular e o contraturno com eletivas.”

As obras e o desenvolvimento de todo o projeto para implementação dessa estrutura vêm sendo analisados e acompanhados pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed) há cerca de um ano e meio. É um prédio locado pelo estado, onde os antigos proprietários realizaram todas as modificações para que se adequasse ao padrão exigido pela Seed, para que o projeto pudesse seguir. Além da estrutura da antiga fábrica, o colégio também conta com um ginásio fechado para a prática de esportes e uma quadra aberta, localizados em frente à instituição.

“A estrutura é excelente. Temos um total de 21 salas, além de laboratório, biblioteca, nosso refeitório e cozinhas bastante amplos, banheiros e muito mais. Estamos realizando visitas com as famílias interessadas em matricularem seus filhos aqui e muitos pais e responsáveis têm ficado bastante impressionados. Nós iremos atender alguns estudantes das regiões dos colégios Júlio Nerone, Djalma Marinho e Constantino Marochi, mas já visando principalmente o atendimento aos grandes condomínios que temos nessa região. A procura por vagas nas instituições cresceram muito e chegou a formar filas de espera para a inserção de novos estudantes”, ressalta.

Acrescenta que conforme informações repassadas pelo próprio Núcleo de Educação, não há indicação ou pretensão de que sejam fechadas instituições, pelo contrário, essa será mais uma opção dada à população campo-larguense. “Eu já falava na escola anterior que eu atuava como diretora, que era a Sebastião Cardoso Leal, no Itambézinho, e aqui tenho conversado com os estudantes matriculados também, que estamos aqui para ajudar e auxiliar eles no objetivo de aprender e concluir seus estudos, em uma parceria entre o estudante, família e toda a equipe que compõe a escola. A conquista deles é a nossa conquista também. Temos a cobrança por parte dos estudantes, mas também teremos a amizade e o sentimento de pertencimento também”, diz.

Vagas abertas
A diretora explica que as matrículas estão abertas para estudantes das turmas de 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio, ou seja, apenas cinco turmas com no mínimo 25 estudantes e no máximo 30. “Para as turmas de 6º, 8º e 9º a procura tem sido mais intensa. Essas três turmas irei abrir com certeza. As matrículas estão abertas até o próximo dia 23 de julho. Para mais informações sobre documentação necessária e o atendimento basta entrar em contato comigo pelo telefone e WhatsApp (41) 99687-1584. O atendimento tem acontecido das 08h às 12h e das 13h às 17h. Se precisar agendar depois deste horário, basta conversar comigo pelo telefone ou WhatsApp”, completa.

Para este ano está prevista a abertura de pouco mais de 100 vagas. A Documentação Escolar de Campo Largo também terá um espaço dentro da instituição.
“A equipe administrativa já está formada, temos agentes administrativos, serviços gerais, inspetores e merendeiras, com possível aumento de potencial e número de funcionários. Não temos o quadro de professores definido ainda porque a distribuição de aulas acontecerá na próxima semana, tanto para o ensino regular como para as eletivas”, completa.

Contraturno
Ela explica que a intenção é que para 2025 sejam implementados cursos técnicos de forma integral, algo que é bastante novo. “São cinco opções que temos para escolher, mas é algo que iremos fazer de forma democrática, em conjunto com a comunidade escolar, pois a atenção é realmente atender essa realidade. Importante frisar também que a partir de 2025 nós teremos as eletivas por meio de projetos diferenciados. Iremos trabalhar com as famílias e os responsáveis por esses estudantes no decorrer dos próximos meses”, reforça.

As eletivas previstas para 2024 são práticas esportivas, reforço em contraturno – indicado principalmente para os estudantes que possam apresentar alguma dificuldade maior em relação ao conteúdo -, práticas laboratoriais e experimentais, e por fim as plataformas digitais – que em geral são atividades para casa e ali serão trabalhadas com os professores.
Será feita uma pesquisa com os estudantes para saber com o que eles mais se identificam, porém é a instituição que irá direcionar as escolhas.

Há 25 anos vendo transformações da Deda
Durante a visita à instituição, uma presença alegre e cheia de histórias chamou a atenção. Seu Francisco Chillen trabalhou por 25 anos na Deda Decorações e hoje é um amigo próximo da família e funcionário de confiança, que tem acompanhado todo o processo de transformação do espaço. “Eu comecei como encarregado dos fornos, depois fui crescendo fazendo meu trabalho e o seu Joanin confiou muito em mim e começou a deixar muitas coisas sob minha responsabilidade. Atuei como motorista por mais de 15 anos”, relembra.

Natural de Irati, seu Chico trabalhou anteriormente por 11 anos na Schmidt, quando recebeu o convite para ir para a Deda. Quando a marca que atendiam começou a terceirizar para outra empresa, o movimento foi caindo e foi necessário fechar a empresa. “Essa família que mora no meu coração. Neste momento difícil, eles foram muito humanos, acertaram tudo com todos os funcionários. Cortou meu coração ver os fornos sendo carregados e lembro que eu chorei muito, porque amava trabalhar aqui”, diz ele emocionado.

“Seu Carlos chegou para mim e me entregou a chave. Ele explicou o que seria feito, que seria uma escola e eu fiquei muito feliz. Pude acompanhar de perto a obra, conheci o pessoal que reformou aqui e estou sempre pelo prédio, ajudando como consigo. Mudou tudo e ficou muito bonito. Hoje já fiz amizade com o pessoal da escola também, a Lara, que é diretora, era minha vizinha quando ela era pequena, então fui muito bem recebido. Agora estou ansioso para ver esse novo momento do prédio onde foi a Deda”, finaliza.