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Opinião

Sem comemorações para a Semana Nacional do Trânsito

Em todo o país, entre os dias 18 e 25 de setembro é comemorada a Semana Nacional do Trânsito

Sem comemorações para a Semana Nacional do Trânsito

Em todo o país, entre os dias 18 e 25 de setembro é comemorada a Semana Nacional do Trânsito, sendo um meio de realizar atividades educativas, fiscalização e até mesmo criar debates de como tornar o trânsito um local mais seguro para todos. Entretanto, diante dos últimos episódios vivenciados na cidade de Campo Largo, onde uma briga de trânsito terminou em morte, temos mais situações para serem repensadas do que celebradas.

Segundo dados do Data Sus, divulgados também pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), as brigas no trânsito mataram cinco pessoas por hora no Brasil, durante o ano de 2022. Isso indica que o cenário do trânsito, onde todos nós estamos inseridos - desde o menor pedestre, até o maior caminhão - acaba se repetindo não apenas em Campo Largo, mas em várias regiões de todo o país.

Muitas vezes, as brigas começam por situações menores, que não necessariamente originam acidentes, mas dão vazão a sentimentos mais acalorados, com discussões e perseguições, em que todo o estresse acumulando do dia ou as ansiedades das tarefas que estão por vir, vêm à tona e são descontadas em pessoas que, por vezes, não têm culpa alguma na situação. Ainda que tenha a culpa, muitas vezes é melhor deixar passar, seguindo cada um o seu caminho, a prejudicar a vida de alguém ou sua própria vida e das pessoas que estão no veículo de maneira irreversível, seja causando um acidente de graves proporções, até levando outrem a morte.

A situação de óbitos no trânsito vem chamando a atenção de autoridades, principalmente após a divulgação do total de mortos em 2021 - última análise - que mostrou 33.813 vítimas e um crescimento discreto de 3,4% em relação ao número de óbitos em 2020 pela mesma causa. O Brasil vinha diminuindo a incidência de mortes no trânsito que já chegou mais de 44 mil vítimas em 2014, porém, a partir de 2020 foi notado um crescimento no número de mortes, principalmente em relação a pedestres, ciclistas e motociclistas, conforme dados do Ministério da Saúde. Isso nos dá um alerta: atenção, sob quaisquer circunstâncias.

Torna-se difícil apontar para uma causa específica para tanto estresse e transtornos no trânsito, mas muitos especialistas defendem o aumento da frota e os dias cada vez mais cheios de tarefas a cumprir e problemas a serem resolvidos, misturados com distração por conta de celulares e a imprudência, algumas das causas mais frequentes. Muitas vezes, alguém que parece ser extremamente calmo no dia-a-dia, torna-se irreconhecível atrás do volante e por isso é necessário auxílio psicológico em determinadas situações.

Lembre-se que muitas vezes o modo que você dirige seu carro é que irá dizer o quanto valoriza a vida e as pessoas que encontram com você pelo percurso. Quando se está no banco do motorista ou pilotando uma motocicleta, mais escolhas do que o caminho a seguir, passar ou não quando está no semaforo laranja, apertar com mais intensidade o acelerador, atender ou não uma ligação estão em jogo. É sobre chegar ao seu destino de maneira segura e considerar que a pessoa que dirige o veículo ao lado também tem uma família e pessoas que a esperam em casa.