19/02/2015
Por Luis Augusto Cabral
Os carrinhos já saem menos cheios, dos supermercados; o trabalhador compra menos, com o seu salário. A inflação, que o Governo teima em dizer que não passa dos 6,5% ao ano, a população sente, no bolso, acima dos 10, 12%. Alguns produtos sobem assustadoramente, chegam a índices alarmantes, iguais aos dos tempos antes do Plano Real. Existe um medo generalizado de voltarmos àquele período, quando tínhamos um preço pela manhã e outro, majorado, à tarde.
O risco da volta da hiperinflação é real, faltando apenas o reajuste dos salários, a cada 30 dias, porque o trabalhador já está com dificuldades de comprar alimentos para a sua família, uma vez que seu salário é reajustado somente uma vez por ano. E não há como escapar desta armadilha, a não ser que o Governo corte substancialmente as suas despesas, reduza pela metade os cargos no seu Ministério e demita pelo menos 50% dos cargos comissionados.
Somente a economia do Governo seria capaz de frear o processo inflacionário. A população já não suporta mais o aumento da carga tributária, o aumento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Nunca antes, na História do País (como costuma dizer o mentecapto ex-presidente), o preço das tarifas de energia elétrica subiu tanto, quanto nos últimos meses. Há caso em que os índices superam aos 80%, tornando o consumo inviável.
O Governo Federal poderia parar para analisar a situação. O País caminha célere, rumo à argentinização. O povo já está se mobilizando para ir às ruas, como aconteceu em 2014. Só que desta vez o Brasil pode parar. Porque não são somente os jovens, os estudantes, que estão descontentes. O trabalhador está indignado, os caminhoneiros querem parar as rodovias, os portuários fechar os postos, ruma-se para um dia de paralisação do País, em protesto pela incompetência do Governo.
Desta vez poderá não haver nenhum tipo de reação policial, porque todos os policiais estão na mesma situação que o trabalhador da iniciativa privada. Há rumores de que os governos, Federal, estaduais e municipais, estão quebrados, que não há mais de onde tirar dinheiro nem mesmo para pagar os salários, muito menos para os programas sociais. E este poderá ser o estopim de uma crise sem precedentes.
Se deflagrado o processo, ninguém sabe onde poderemos parar. O povo na rua não obedece a nenhum comando, nem a bandeiras partidárias. As convocações, que se espalham pelas redes sociais, chamam todos para o protesto e pelo fim antecipado desse governo desastrado e incompetente.